Seminário vai discutir principal desafio fitossanitário na cultura do milho
SANIDADE VEGETAL
Enfezamentos são causados por quatro patógenos: duas bactérias e dois vírus
Em setembro, pela primeira vez, Palmas, no estado do Tocantins, e a região Norte do país receberão o Congresso Nacional de Milho e Sorgo. Com ampla e diversa programação, é um dos eventos técnico-científicos mais relevantes dessas duas culturas agrícolas. Um dos destaques é a realização do I Seminário Nacional sobre o Complexo dos Enfezamentos do Milho.
Considerados atualmente o principal desafio fitossanitário no milho, os enfezamentos são doenças causadas por quatro patógenos: duas bactérias, chamadas espiroplasma e fitoplasma, ambas da classe molicutes, que são bactérias que não possuem parede celular; e dois vírus, chamados Maize rayado fino virus (MRFV) e Maize striate mosaic virus (MSMV). A transmissão de todos os patógenos acontece por meio da cigarrinha Dalbulus maidis, quando ela se alimenta de plantas de milho.
Quem explica os danos causados pelos enfezamentos no milho é Dagma Dionísia da Silva Araújo, pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) em fitopatologia: “híbridos suscetíveis sujeitos a altas populações de Dalbulus maidis em fases jovens de desenvolvimento podem ter perdas acima de 80% na produtividade. Além das perdas na produtividade, a ocorrência do complexo dos enfezamentos proporciona o aumento de tombamento/quebramento de plantas devido ao enfraquecimento e/ou à infecção de colmos por patógenos diversos e o aumento de podridão de espigas”.
Dagma vai coordenar o seminário, marcado para 09 de setembro, primeiro dia do Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que neste ano está na 34ª edição. A programação (disponível neste link) envolve representantes de instituições públicas e privadas que trabalham com fitopatologia. Ao todo, serão oito palestras e duas mesas-redondas durante todo o dia. A fala inicial será de Rodrigo Véras da Costa, também pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, mas que atua no Tocantins. Ele é o presidente do congresso, estando, portanto, à frente da organização do evento.
Relevância do tema – Dagma considera o congresso o evento científico mais importante sobre o milho no Brasil, reunindo toda a cadeia produtiva e pessoas de todo o país. “É interesse de todos buscar soluções e conhecimento para que o problema possa causar menos prejuízos e riscos à cultura do milho brasileiro. O congresso proporcionará interação entre produtores, pesquisadores, consultores, extensionistas, estudantes, agentes públicos, empresas públicas e privadas e, portanto, será um ambiente que pode trazer riqueza de ideias, experiências e um debate baseado em conhecimento e prática, além de propiciar novas parcerias de pesquisa e de negócios”, projeta.
A Embrapa tem gerado informações sobre os enfezamentos do milho em diferentes formatos. Neste link, há um podcast do Prosa Rural, o programa de rádio da empresa, sobre o tema. Já neste outro link, está uma entrevista também sobre o assunto. E algumas das publicações técnicas mais recentes são: Protocolos para experimentação, identificação, coleta e envio de amostras da cigarrinha Dalbulus maidis e de plantas com enfezamentos em milho; Manejo da cigarrinha e enfezamentos na cultura do milho; Guia de boas práticas para o manejo dos enfezamentos e da cigarrinha-do-milho; O complexo dos enfezamentos e a produtividade do milho; A cigarrinha Dalbulus maidis e os enfezamentos do milho no Brasil.
A 34ª edição do Congresso Nacional de Milho e Sorgo vai acontecer entre 09 e 12 de setembro na capital do Tocantins. A promoção e a realização do evento são da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS) e a organização cabe à Embrapa. Desta vez, estão envolvidos dois centros de pesquisa da empresa, a Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e a Embrapa Milho e Sorgo. Patrocinam o evento as seguintes empresas privadas: Basf; Advanta; KWS; Sipcam Nichino; Crop Life Brasil; e GDM. O portal do congresso, que traz a programação, a forma de inscrição e outras informações, é https://www.abms.org.br/cnms2024/CNMS2024.html.
Fonte: Embrapa Pesca e Aquicultura
Foto: Guilherme Viana