16 de setembro de 2024
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Queijaria de Ouro Verde (GO) é exemplo de bem-estar no cuidado dos animais

PRODUÇÃO ARTESANAL

Propriedade no município goiano prima pela humanização no tratamento de vacas, o que reflete na qualidade do leite utilizado

O cenário de produção artesanal de queijo em Goiás ganha novos contornos com a conquista do Selo Arte pelas queijarias regionais. Habilitação concedida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e inspecionada pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o reconhecimento de um produto artesanal pelo Selo Arte vai além das garantias de qualidade, originalidade e regionalidade daquela receita, como também abre as portas para sua comercialização em todo o território nacional.

Hoje, estão devidamente homologadas na Agrodefesa, e acompanhadas periodicamente, cerca de 12 queijarias artesanais goianas, dedicadas a produzir receitas originais de forma artesanal de queijos que estão ganhando os paladares mais exigentes pelo país afora. Conheça a seguir um pouco da história de algumas dessas queijarias que têm contribuído com boas práticas agropecuárias e de fabricação artesanal; e alçado o nome de Goiás a patamares mais elevados quando o assunto é queijo.

Queijaria Tino Weber

Em uma pequena e funcional propriedade no município de Ouro Verde, o casal Rosana Reis e Tino Weber dedicam-se a escrever mais um capítulo de suas histórias, tendo o amor pela produção de queijo artesanal como o principal ingrediente. Tino, nascido na Suíça, migrou para Goiás para constituir sua família ao lado de Rosana. Foi em solo brasileiro que ambos puderam iniciar uma nova tradição na família: a de produzir queijos artesanais, com inspiração nas receitas suíças.

Para garantir a matéria-prima de qualidade, eles optaram pelo rebanho de vacas jersey, animais que apresentam 5,5% de percentual de gordura no leite e 3,5% de proteína. 90% do rebanho é composto por vacas que produzem leite A2, que é de fácil digestão. Na propriedade, cada animal ganha nome próprio e é reconhecido por Tino na lida diária. A ordenha é feita ao som de música clássica. As vacas têm livre acesso ao pasto e ao curral coberto com dispersor de água e serragem de pinos que ameniza a sensação térmica. O cuidado com o manejo do animal é um grande destaque da propriedade.

Outro cuidado é com a escolha da pastagem. Os 24 piquetes são utilizados de forma rotacionada e levam dois tipos de capim no período chuvoso: o curumi e o quênia. O curumi chega a 22% de proteína e o quênia a 15%. Em tempo de seca, o capim açu é cultivado para ser triturado e oferecido como forma de alimento, pois as vacas da queijaria Tino Weber não são alimentadas com silagem.

O resultado é a produção de queijos que seguem a receita suíça de preparo como o gruère e a raclete, por exemplo, além de um queijo criado para homenagear a terra escolhida pela família para iniciar a tradição queijeira: o queijo Goiás. Por mês, são produzidos em torno de 2500 litros de leite, que resultam de 600 a 800 quilos de queijo.

Conforme explica Rosana Reis, eles optaram em incluir um programa de visitação à propriedade, promovendo a apresentação dos cuidados que são dispensados ao rebanho, a explicação sobre o processo artesanal de fabricação de queijo e um almoço aos moldes suíços, onde os queijos são degustados com os acompanhamentos similares aos oferecidos no país europeu.

“Uma experiência completa que permite aos nossos clientes conhecerem o cuidado que temos em cada etapa da produção. E também impactar crianças que vivem na zona rural, para que vislumbrem uma forma de agregar valor ao trabalho no campo. Nós somos o exemplo de que a agricultura familiar é viável e muito saudável”, ressalta Rosana.

Fonte: Agrodefesa
Foto: Pixabay