7 de setembro de 2024
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Plano Safra foi positivo, mas a agropecuária precisa de mais recursos, avalia presidente da FAESP

BENEFÍCIO

Presidente da Federação, Fábio de Salles Meirelles, reconhece esforços do governo federal em liberar R340,88 bilhões

Os recursos do Plano Safra 2022/2023, anunciados na quarta-feira (29 de junho), são insuficientes para atender a demanda total de plantio da próxima safra, que é de aproximadamente R$ 740 bilhões, segundo a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Apesar de os recursos anunciados de R$ 340,88 bilhões ficarem aquém da necessidade, o Governo Federal conseguiu viabilizar, nesse ambiente macroeconômico turbulento, a ampliação de 36% na disponibilidade de recursos em relação ao Plano Safra anterior.

A avaliação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), Fábio de Salles Meirelles. “Reconhecemos os esforços do governo federal para expandir o volume de recursos, mas o ideal seria um montante mais próximo a R$ 400 bilhões para atender pontualmente os produtores brasileiros no custeio, comercialização e investimentos”, afirma o presidente.

Outra questão apontada pela FAESP é o volume de recursos com juros controlados, que chegam a R$ 195,7 bilhões (alta de 18%). O gerente do Departamento Econômico da FAESP, Cláudio Brisolara, afirma que muitos produtores, sem recursos, vão ter que recorrer a um “mix” de financiamentos com taxas controladas e o restante com empréstimos no mercado financeiro. “Entretanto, as taxas de juros livres cobradas pelos bancos, sobretudo com a alta da Selic, são bem maiores”, lembra o gerente. O problema é que quanto menos recursos com taxas de juros controlados o produtor acessar, mais ele terá que compensar com taxas de juros livres, a um custo muito maior.

Embora tenha havido um reajuste nos juros controlados em relação ao último Plano Safra — no Pronaf (pequenos produtores) a taxa para custeio e comercialização estava em 3,5/4,5% e passou para 5%/6% e no Pronamp (médios) de 5,5% para 8% – eles ainda são menores que os cobrados nos financiamentos com taxas de juros livres pelas instituições financeiras.

Na linha destinada aos “demais produtores”, de maior porte, o reajuste na taxa de juros controlados para custeio e comercialização foi maior, de 7,5% para 12%. A taxa livre cobrada pelo mercado está entre 16% e 20%. Já o volume anunciado de recursos para os juros livres (sem subsídio) em custeio e comercialização foi de R$ 145,18 bilhões (+69%).

Para custeio e comercialização, o total previsto é de R$ 246,28 bilhões (+39%) e Investimento, R$ 94,60 bilhões (+29%).

O ponto positivo foi o aumento do volume de recursos para os pequenos e médios produtores, ressaltou Brisolara. No Pronaf, estão programados R$ 53,61 bilhões (+36%) e de R$ 43,75 bilhões (+28%) no Pronamp.

Quanto ao seguro rural, o Governo fez uma importante sinalização de que pretende alocar R$ 2 bilhões para o PSR — Programa de Subvenção ao Seguro Rural, contudo, esses recursos precisam ainda ser aprovados e incorporados ao orçamento do Governo para o exercício de 2023.

Fonte: Assessoria de imprensa FAESP
Foto: Paulo Kurtz – Embrapa