16 de setembro de 2024
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Export/Cepea: Faturamento externo do agronegócio registra leve queda no 1º semestre

MERCADO

Avanço na quantidade exportada se deve aos embarques de algodão, açúcar, café, carne bovina in natura, farelo de soja, soja em grãos, papel e carne suína

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio seguem firmes neste ano, evidenciando que a demanda externa pelos produtos nacionais se mantém aquecida. Os preços pagos em dólar, contudo, continuam em queda. Diante disso, o faturamento em dólar com os embarques do agronegócio registrou pequeno recuo no primeiro semestre, conforme mostram pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex).

De janeiro a junho, o faturamento em dólar das exportações brasileiras do agronegócio somou US$ 82 bilhões. No mesmo período, os preços médios caíram 5% frente aos da primeira metade de 2023. Já o volume escoado cresceu 4,5%.

Segundo pesquisas do Cepea, o avanço na quantidade exportada esteve atrelado aos crescimentos observados nos envios externos de algodão (o aumento no escoamento foi de expressivos 228% no primeiro semestre deste ano frente a igual intervalo de 2023), de açúcar (+49%), café (+52%), carne bovina in natura (+29%), farelo de soja (+6%), soja em grãos (+2%), o papel (+19%) e a carne suína (+2%). Pesquisadores do Cepea ressaltam que a redução na produção brasileira de soja pode afetar os resultados do setor no acumulado do ano, colocando maior desafio na busca por superar o valor obtido em 2023. Além disso, ainda há redução nos preços da maioria dos produtos exportados pelo Brasil, o que também afeta o resultado do faturamento.

A China se mantém como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, adquirindo aproximadamente um terço de tudo que o setor exporta. Os produtos mais demandados pelos chineses são a soja em grão, carne bovina in natura, a celulose e a carne suína. Os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aumentaram a participação nas compras dos produtos brasileiros, assim como a Índia, Egito, México e Turquia.

EXPECTATIVA PARA O 2º SEMESTRE DE 2024 – Apesar da leve queda no valor das exportações do agronegócio no primeiro semestre, os embarques continuam em alta, o que mostra a boa demanda externa pelos produtos brasileiros. No entanto, a menor colheita nacional de soja, principal produto de exportação, deve limitar o crescimento dos embarques desse produto e tornar mais desafiador superar o recorde obtido no faturamento em 2023. Soma-se a esse desafio o comportamento dos preços externos (em dólar), que seguem em queda. Por outro lado, os embarques de algodão, açúcar, carne bovina in natura e café podem continuar em alta.  Além disso, o câmbio desvalorizado tem mantido os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, e a normalização da oferta mundial tem contribuído para uma desaceleração na queda dos valores internacionais. 

Fonte: Cepea
Foto: Divulgação – Portos do Paraná