3 de dezembro de 2024
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Diversificação de temas marca o Acricorte, maior evento técnico da pecuária de corte

EVENTO

Primeiro dia da programação reuniu 3 mil pessoas no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT)

Maior encontro técnico da pecuária de corte do Brasil, o Acricorte começou na quinta-feira (16) e segue até esta sexta-feira (17), em Cuiabá (MT), com um ciclo diversificado de palestras técnicas e mais de 60 marcas expostas. Organizado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o evento orienta e incentiva o pecuarista mato-grossense sobre como desenvolver a atividade de forma sustentável, eficiente e rentável.

Na cerimônia de abertura, o presidente da Acrimat, Oswaldo Ribeiro Jr., reiterou o compromisso do Acricorte com o desenvolvimento da pecuária de corte. “Reunimos o pecuarista de ontem, hoje e amanhã para seguirmos com a missão de produzirem com qualidade, quantidade, respeito ao meio ambiente e à vida”, observou.

Nessa visão de futuro, dispor de segurança jurídica é fundamental e uma das reivindicações apresentadas pelo presidente da Acrimat para autoridades, empresários e formadores de opinião presentes na abertura do Acricorte. “O ciclo da pecuária é longo. Sem regras claras, fica mais difícil projetar o futuro. Defendemos o cumprimento do Código Florestal Brasileiro e a atualização de normas conforme a evolução do mercado”, ponderou.

Um exemplo de mudança defendida pela Acrimat é a diferenciação de alíquota do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) cobrado sobre o abate de fêmeas. “Realizamos um estudo sobre a questão e mostramos essa necessidade pois boi gordo e fêmea são produtos comercialmente diferentes. A redução de 40% é uma questão de justiça tributária e entra em vigor nos próximos dias”, afirmou o presidente da associação.

A equação de custos financeiros com o bom desempenho no pasto foi um dos pontos centrais da palestra de Marcos Fava, professor e palestrante. De acordo com ele, o pecuarista mato-grossense tem mercado consumidor garantido nos próximos dez anos. “A demanda mundial por carne vai crescer com o aumento da população mundial, que chegará a 10 bilhões de pessoas em breve. E sabemos que, com a urbanização, o consumo migra da mandioca, por exemplo, para a carne”, contextualiza Marcos Fava.

Se a demanda está garantida, o mesmo não pode ser afirmado quanto aos preços – influenciado por aspectos conjunturais. “Cabe ao pecuarista garantir excelência operacional e inovar sempre”, vaticinou o professor, que trabalha com a projeção de que o Brasil produzirá 4 milhões de toneladas de carne nos próximos dez anos (1 milhão de toneladas a mais que hoje).

A Embrapa Territorial é uma forte aliada para concretizar a previsão de Fava Neves. Chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti antecipou à plateia do Acricorte uma nova política pública com potencial para estimular ainda mais a atividade pecuária sustentável. A pedido do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a empresa de pesquisa oficial do Brasil mapeou a área de pastagens consideradas degradadas com aptidão agrícola. “A ideia é instituirmos linhas de crédito para financiarmos a recuperação de pastagens para integração com a agricultura”, pontuou Spadotti.

Em Mato Grosso, a Embrapa Territorial mensurou 9,6 milhões de hectares e, no Brasil, 44 milhões de ha. “Queremos que o País continue a ser um caso único no mundo porque, em média, a propriedade rural brasileira dedica 52% de sua área para produzir e 48% para a preservação da vegetação nativa”, explicou o chefe-geral da Embrapa Territorial.

Médico veterinário, editor do “Notícias do Front” e palestrante, Rodrigo Albuquerque chegou ao palco do Acricorte com a meta de antecipar o rumo da pecuária nos próximos anos. A partir de séries históricas de preços e análise do abate de animais, ele propôs ao pecuarista mato-grossense um comportamento “anticíclico”.

“Se todos querem comprar, venda, e compre se estão querendo vender. O ano de 2023 nos ensinou a romper com o passado e mostrou a importância de se entender o mercado”, enfatizou Rodrigo. Cauteloso com previsões, ele afirmou prever que a arroba volte a patamares atrativos em 2025 e 2026 e convidou os pecuaristas a darem um pouco mais de atenção ao mercado de exportação da carne.

Já a nutricionista Letícia Moreira mostrou com o apoio do ultramaratonista Medeiros como a dieta carnívora é saudável e pode contribuir para atletas de alto desempenho. “A carne bovina contém todos os nutrientes essenciais para a nossa sobrevivência, que são facilmente absorvidos e ainda incluem vitamina B12, só encontrada na carne”, destacou ela.

A carne vermelha ajuda a reduzir peso, torna o corpo menos inflamado, dá mais energia e favorece a digestão, melhorando também a saúde mental. Letícia explica que uma dieta carnívora é cientificamente indicada para controle de diabetes, redução da pressão arterial, tratamento adjuvante do câncer, controle de doenças autoimunes e gastrointestinais.

Fonte: Acrimat
Foto: Wenderson Araújo