18 de outubro de 2024
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Cafeicultores do Cerrado Mineiro são os primeiros do mundo a receberem selo de baixo carbono

CULTIVO SUSTENTÁVEL

Uso de energias renováveis na produção de café integra série de medidas que reduzem as emissões de carbono

Em mais um marco inédito da cafeicultura brasileira e mundial, 20 fazendas associadas da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer) recebem o selo Carbon on Track, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), de produção de baixo carbono. Durante as inspeções, foi constatado um valor de emissões de 0,85 tonelada de dióxido de carbono equivalente por hectare ao ano. A verificação atesta que o valor absoluto de 17.421,00 Mg COe/ ou 2,60 kg CO2e kg café verde-1, o que é um valor considerado baixo. 

“Isto comprova o trabalho sustentável que nossos cooperados têm feito há mais de 10 anos. Nossa intenção é promover, fomentar e nutrir uma cafeicultura de vanguarda atrelada ao impacto. Ficamos muito felizes em poder acompanhar o movimento em prol de um meio ambiente mais saudável”, diz Farlla Gomes, Gerente Técnica em Sustentabilidade da Expocacer. 

Juntas, as propriedades verificadas somam mais de 3.600 hectares de café. Para a Expocacer, a tendência de redução de gases de efeito estufa é algo que deve ser seguido pelos demais cafeicultores ao redor do mundo.

“Estamos orgulhosos de obter a verificação em nossa propriedade e poder contribuir para o meio ambiente e para o planeta. Temos o sentimento de estarmos fazendo a coisa certa que é cuidar do nosso planeta e colaborar com o futuro”, afirma Maria Aparecida Fernandes Pires Ruiz, cafeicultora. 

Para o produtor Roger Montanari, a iniciativa atesta as práticas que já são adotadas pela maioria dos cafeicultores da região. “A verificação de carbono vem para consolidar o trabalho que o produtor rural da região do Cerrado Mineiro já faz a décadas, que é sequestrar o carbono através das práticas de sustentabilidade da agricultura, servindo de modelo de protocolo para o mundo tanto em termos ambientais, sociais e econômicos. Com este selo, podemos comprovar que somos protagonistas neste papel crucial de contribuir com um futuro mais sustentável, com redução do impacto nas mudanças climáticas”.

Fazendas inspecionadas somam mais de 3.600 hectares de café. Foto: Divulgação

A utilização das práticas sustentáveis é aliada da redução da emissão de gases de efeito estufa a longo prazo, pois tendem a melhorar a qualidade do solo e reduzir os aportes de insumos externos como nitrogênio, fosforo e glifosato. A transição para energias renováveis nas operações de café, como o uso de painéis solares em fazendas e instalações de processamento, também é um grande aliado na redução de emissões de carbono. 

“O pioneirismo da Expocacer é fundamental para abrir portas para o setor da cafeicultura caminhar em direção a uma produção de baixo carbono, uma vez que processos de verificação desempenham um papel fundamental para agregar imparcialidade e maior confiabilidade no processo”, explica Alessandro Rodrigues, gerente de Serviços ESG e Carbon on Track do Imaflora. 

Carbon on Track – É um programa do Imaflora concebido para valorizar a agropecuária de baixo carbono e a restauração florestal na agenda climática. Por meio do programa, empreendimentos agropecuários podem contratar o cálculo do balanço de carbono que mostra a estimativa de emissão e remoção de gases do efeito estufa de suas atividades, baseado em metodologias reconhecidas internacionalmente.

Fonte: Assessoria de Imprensa Expocacer
Foto capa: Unsplash