Auditores agropecuários apreendem carga de farinha com urina de rato no Paraná
FISCALIZAÇÃO
Quantidade apreendida seria suficiente para fabricar um milhão de pães do tipo francês
Uma carga de 52 mil quilos de farinha de trigo vinda da Argentina para o Brasil foi apreendida por auditores fiscais federais agropecuários no Porto Seco Multilog, em Foz do Iguaçu, no Paraná, na quinta-feira (4). O material estava contaminado com urina de rato e insetos. A quantidade retida pela equipe de fiscalização seria suficiente para fabricar um milhão de pães do tipo francês.
“Se cada pessoa ingerisse um pão feito com o produto irregular, poder-se-ia chegar ao trágico número de um milhão de doentes por conta desse problema”, comentou o auditor agropecuário Marcelo Tursi, que atua na fronteira com o país argentino.
O carregamento foi inspecionado de forma minuciosa pela equipe em uma fiscalização de rotina, onde verificaram embalagens de cerca de mil quilos que são usadas no armazenamento e transporte de produtos secos ou pastosos, como farinha, insumos agrícolas e grãos. O montante estava armazenado em duas carretas em 10,4 mil pacotes de 5kg de farinha de trigo, prontos para serem vendidos em supermercados.
“Essa vistoria é feita em 100% das cargas importadas e exportadas que entram com produtos agropecuários no pátio do porto todos os dias. A fiscalização inclui coleta de amostras dos produtos e encaminhamento ao laboratório, além de ser feita análise física e verificada a carga de forma geral e criteriosa”, explicou Tursi. “Toda semana tem apreensão de cargas de baixa qualidade aqui no porto, por diversos motivos, principalmente insetos. Mas este caso foi mais grave. A prevenção deste tipo de situação só é possível graças ao trabalho intensivo de fiscalização diária dos profissionais”, acrescentou o auditor.
Segundo Tursi, a farinha de trigo provavelmente teria como destino indústrias e panificadoras do Paraná e, depois de embalada, estaria disponível ao consumidor em estabelecimentos comerciais. Após a apreensão da carga, os insetos encontrados são enviados para laboratório para identificação da espécie.
“Se for constatado risco para a agricultura brasileira, a carga é imediatamente devolvida ao país de origem. Esta mercadoria apreendida será devolvida à Argentina e o exportador poderá optar pela sua destruição.”, explicou Tursi. “O trabalho de inspeção e fiscalização feito aqui é tão criterioso que, se em uma análise for encontrado um pelo de rato, mesmo em pequena quantidade, misturado ao produto, toda a mercadoria fica desclassificada para consumo”, completou o auditor.
Perigos
A presença de insetos e roedores em alimentos pode causar doenças graves, como a leptospirose, que pode levar uma pessoa à internação hospitalar, sendo que idosos e crianças são mais suscetíveis a reações graves da doença. O paciente pode apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, e pode até levar à morte.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Anffa Sindical
Fotos: Annfa Sindical