16 de setembro de 2024
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Agrodefesa e setor produtivo buscam certificar propriedades livres de brucelose e tuberculose

PECUÁRIA

Medidas têm sido discutidas coletivamente em reuniões do Comitê Estadual de combate à Brucelose e Tuberculose e envolvem diagnóstico regionalizado da situação das propriedades, força tarefa de vacinação, exames, testagens e abordagem do público final sobre importância do alimento seguro

A conquista do reconhecimento de Goiás como sendo zona livre de aftosa sem vacinação motivou o alcance de uma nova meta na pecuária goiana, estimulada pelo governador Ronaldo Caiado: a de propriedades livres de brucelose e tuberculose. Para isso, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) tem somado esforços junto ao Comitê Estadual de Combate à Brucelose e Tuberculose – do qual é integrante – para estabelecer ações estratégicas que buscam culminar em um número maior de credenciamento de propriedades livres de brucelose e tuberculose.

“Temos redobrado esforços com os integrantes do comitê estadual e representantes do setor produtivo para atuarmos em várias frentes, tendo a educação sanitária como principal norteadora das nossas ações, para que avancemos na imunização do rebanho contra a brucelose, e nos diagnósticos de tuberculose, conferindo assim a sanidade dos rebanhos e o oferecimento de um alimento seguro à população”, defende o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

A coordenadora do Programa Estadual de Brucelose e Tuberculose da Agrodefesa, a médica veterinária Sivane Dorneles, informa que Goiás possui hoje quatro propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose, e outras duas em processo de certificação. Para ampliar esse número, várias ações foram traçadas e estão sendo executadas com esse objetivo. Uma delas é a realização de um diagnóstico regionalizado sobre a real situação dos rebanhos que ainda constam no Sistema de Defesa Agropecuário (Sidago) como pendentes da vacinação contra a brucelose.

Esse estudo, que está sendo feito por meio de parceria entre Agrodefesa, Fundo Emergencial para Sanidade Animal de Goiás (Fundepec), também integrante do Comitê, e Instituto Euvaldo Lodi (IEL), vai resultar num diagnóstico que evidenciará quais as dificuldades específicas de cada região para regularizar a vacinação do rebanho. Inclusive, o termo de cooperação entre a Agência e o Fundepec – que prevê adoção dessas medidas que impactam positivamente na sanidade animal – foi assinado no dia 27 de agosto.

Diante da entrega do diagnóstico, previsto para os próximos três meses, a Agrodefesa vai desenhar ações específicas que atendam as particularidades de cada região, como mutirão de vacinação e campanhas in loco sobre a importância da imunização, onde for identificada a necessidade de maiores esclarecimentos sobre os benefícios da sanidade do rebanho.

“Temos consciência que há municípios que não possuem médicos veterinários e vacinadores cadastrados pela Agrodefesa. Outros encontram dificuldade maior em acessar a vacina. Para que a Agrodefesa possa executar uma ação coordenada que atenda as especificidades de cada região, é preciso entender o problema que cada uma enfrenta”, reflete Telma Gonzaga.

Projeto-Piloto de Certificação

Paralelo a isso, um projeto-piloto da Agrodefesa está sendo desenvolvido junto à Associação de Produtores de Leite de Itaberaí, envolvendo oito propriedades produtoras de leite. A Agrodefesa, por meio das gerências de Educação Sanitária e Sanidade Animal, com a participação de fiscais agropecuários, está promovendo a coleta de sangue para ser testado pelo Laboratório Veterinário (LabVet) da Agência, com foco em detectar a presença ou não da brucelose naquele rebanho. Também está sendo feito o teste para detecção da tuberculose. Todos esses testes serão repetidos daqui há seis meses para concluir a certificação.

Para custear os exames, a Associação conta com apoio do Fundepec. Em contrapartida, a Agrodefesa está oferecendo a realização dos diagnósticos laboratoriais gratuitamente. “Estão fazendo parte desse projeto-piloto propriedades que fornecem leite para laticínios goianos e que são beneficiadas com a certificação ao oferecerem um produto seguro para ser processado industrialmente. A intenção é replicar a experiência do projeto-piloto para outras regiões do Estado, de acordo com as necessidades que forem apontadas pelo diagnóstico que está sendo elaborado.”, alega a gerente de educação sanitária.

Alimento seguro

Na outra ponta, as ações educativas promovidas miram o consumidor final, um dos principais beneficiados pela sanidade do gado no campo. “É importante frisar que brucelose e tuberculose são zoonoses. Entre outras maneiras de contágio, tanto a brucelose quanto a tuberculose podem ser transmitidas ao ser humano ao se consumir leite cru”, orienta Telma Gonzaga.

Para esclarecer sobre a importância de consumir produtos inspecionados pelos órgãos oficiais, a Agrodefesa tem realizado ações educativas em supermercados, ao abordar diretamente os consumidores para esclarecer sobre o assunto. Em julho já foram feitas ações em seis municípios goianos, incluindo a capital goiana.

Fonte: Agrodefesa
Foto: Juliana Sussai – Embrapa