21 de novembro de 2024
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SENAR ajuda na implantação de negócio na área de meliponicultura no Paraná

OPORTUNIDADE

Clotilde Zai, de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, encontrou na criação de abelhas sem ferrão uma maneira para empreender

Na propriedade que mais parece um cartão postal, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Clotilde Zai já teve inúmeras atividades. Mas foi na criação de abelhas sem ferrão, com ajuda do curso do SENAR-PR, que ela encontrou uma forma de otimizar o espaço e empreender. Hoje, além de as colmeias gerarem renda, o negócio proporciona a realização de cursos, mentorias, visitas de grupos de escolas e venda de derivados da meliponicultura. Tudo isso aliando atividades comerciais, preservação de espécies e harmonia com o meio ambiente – o que a família mais preza em seu estilo de vida.

Pesquisadores da área de geografia, Clotilde e o marido, Claudinei, casaram e se mudaram para a propriedade de três hectares, em 2006 – ele era de Curitiba e ela, de Mato Rico, no interior do Paraná. Com o passar dos anos, o local se transformou, com a construção de um lago e galinheiros, a compra de um cavalo, entre outras benfeitorias, até chegar ao lugar que hoje se chama Meliponário Doce Paraíso. “Você viu, chegando aqui, por que se chama Doce Paraíso?”, pergunta Clotilde quando a reportagem adentrou à propriedade impecável.

Clotilde Zai, meliponicultora.

Há colmeias de meliponídeos espalhadas por toda a chácara, sendo que, em um cantinho especial com estrutura para receber visitantes, estão os xodós do meliponário. As abelhas da espécie lambe-olhos medem cerca de 1,5 milímetro. De tão delicadas só podem ficar expostas apenas por alguns segundos. Uma caixa transparente permite vê-las, minúsculas, trabalhando na construção do ninho e fabricação de mel. “As crianças sempre ficam impressionadas quando mostramos essa espécie”, conta a empresária.

Atualmente, o principal negócio do meliponário é a venda de colmeias – Clotilde não vende mel das próprias abelhas. Entre os clientes estão prefeituras que compram caixas para programas de polinização nos municípios, meliponicultores da região visando a produção e venda de mel e também entusiastas que querem ter as abelhas sem ferrão como bicho de estimação. “Eu sempre digo que esse é o ‘pet’ mais fácil que existe para cuidar. Basta ter uma área de mata por perto e escolher o local adequado para deixar a caixa que elas se viram sozinhas”, explica Clotilde.

Diversidade de espécies

O Brasil possui a maior diversidade de abelhas sem ferrão do mundo, cerca de 300 espécies. No Meliponário Doce Paraíso são oito tipos comercializados: mirim preguiça, mirim guaçu, mirim nidriceps, lambe-olhos, jataí, mandaçaia, uruçu amarela e guaraipo.

Essa última é uma das mais parecidas com as abelhas com ferrão em tamanho, mas completamente diferente em temperamento e na incidência, pois consta na lista das espécies ameaçadas de extinção. Dessa lista, também são grandes a uruçu amarela e a mandaçaia. As demais, menores e, às vezes, podem até ser confundidas com mosquitos.

O meliponário conta, em média, com 400 caixas. O local também tem a intenção de ser uma espécie de santuário de abelhas. Em diversos pontos há surpresas, como uma colmeia de uma espécie natural da região da chácara no chão e um “hotel” para as chamadas abelhas solitárias (não vivem em colmeias).

“Atividades como o cultivo de acerola, maracujá e abóbora dependem de abelhas que vivem sozinhas para serem polinizadas. Essas também precisam de abrigos. Na natureza, elas usam árvores ou mesmo cavam suas tocas individuais no chão”, diz Clotilde Zai, meliponicultora em Colombo, região metropolitana de Curitiba.

Profissionalização

A facilidade em repassar informações com conhecimento profundo das abelhas nem sempre esteve entre as habilidades de Clotilde. Há cinco anos, durante a construção de um galinheiro, ela e o marido encontraram uma colmeia (descoberta, depois, ser de jataí) no chão. Sem conhecer os meliponídeos até então, a empresário buscou conhecimento por meio de um curso do SENAR-PR em Prudentópolis, na região Centro-Sul, considerada a “Meca” da meliponicultura no Brasil. Depois, também participou de outra capacitação da entidade em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A partir de então, Clotilde se apaixonou pela área.

Outra formação do SENAR-PR, o “Mulher Atual”, proporcionou conhecimentos para pensar em como rentabilizar a atividade como um negócio. Hoje, por meio de sua atividade, Clotilde vende colmeias, pomadas e cremes à base de própolis e mel, além de uma parceria com meliponicultores da região para fazer uma revenda de mel.

“Aos poucos, fui ampliando os negócios. A ideia de vender mel surgiu quando convidaram para uma feira e eu não tinha mel para oferecer. Então estabeleci parceria com alguns vizinhos”, exemplifica.

Hoje, além dos negócios, Clotilde está engajada em diversas frentes do movimento da popularização da meliponicultura no Paraná. Como pesquisadora, participou de um projeto que resultou na publicação de um livro, já que são poucas as referências bibliográficas sobre o assunto. Também atua no projeto Poliniza Paraná, iniciativa do governo estadual inspirado nos Jardins de Mel de Curitiba, que estimula a instalação de colmeias de abelhas nativas sem ferrão em diversos espaços públicos da cidade.

Serviço:

Para saber mais sobre as colmeias e o trabalho de Clotilde, entre em contato pelo WhatsApp: (41) 99850-0488.

Fonte: Faep
Fotos: Divulgação Faep