Produtores da região da Serra gaúcha iniciam preparativos para implantação da próxima safra de alho
HORTICULTURA
Produção estimada para este ano é de 11 mil toneladas
Na região da Serra, os produtores de alho realizam, no momento, o pré-preparo das áreas a serem cultivadas, por meio da aquisição de fertilizantes e adubos orgânicos, estes já sendo incorporados ao solo para aumentar a fertilidade, segundo o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (11/05) pela Emater/RS-Ascar. Os bulbilhos sementes estão sendo vernalizados por um período de 45 dias em câmaras frias, prática cultural que visa um melhor desenvolvimento das plantas no campo, por meio de uma emergência mais uniforme e uma redução do ciclo da cultura.
O plantio do alho na Serra gaúcha é feito notadamente nos meses de junho, na região colonial, e em julho, nos Campos de Cima da Serra. Este ano estimou-se, nos 1.100ha cultivados, uma produção de 11 mil toneladas. Deste volume, 20% ainda se encontram estocados nos galpões, mantendo boas condições botânicas para venda.
Conforme o engenheiro agrônomo Enio Ângelo Todeschini, extensionista da Emater/RS-Ascar, a comercialização da atual safra não teve o desempenho que os produtores esperavam, devido ao fraco fluxo comercial e, consequentemente, à precificação insatisfatória, praticamente não cobrindo os custos de produção. Esse panorama foi gerado basicamente pela importação de bulbos de países como China e Argentina. “Em decorrência disso, na próxima safra nota-se, além do desânimo dos produtores, uma forte tendência de redução considerável da área a ser cultivada”, frisa Todeschini.
Culturas de verão
Soja – A área colhida alcançou 87% do total cultivado. A colheita foi prejudicada pelas chuvas no período (especialmente entre 02 e 07/05). De modo geral, não houve danos aos cultivos, pois a maior parte das lavouras remanescentes estava em fase inicial de maturação. Somente foram apontados alguns danos pontuais em localidades com períodos de maior umidade e maiores volumes de chuvas, em lavouras próximas a cursos d’água que transbordaram e, ainda, em extensões de terrenos sujeitas ao acúmulo excessivo de água.
Milho – A colheita foi praticamente paralisada durante o período, em decorrência das precipitações recorrentes e, ainda, do envolvimento dos produtores, que privilegiaram a operação na soja nos poucos momentos em que o tempo permitiu.
A área colhida se elevou para 2%, alcançando 86%. As lavouras em maturação somam 10%. As chuvas mantiveram as boas condições das lavouras em enchimento de grãos, que representam 4% dos cultivos. Contudo, a redução da luminosidade e das temperaturas pode também diminuir a expectativa de rendimento dessas áreas cultivadas tardiamente.
Milho silagem – As atividades de ensilagem foram praticamente suspensas no período. As chuvas, além de impossibilitarem o acesso às lavouras, impediram os trabalhos de abertura, enchimento, compactação e fechamento de silos.
A área colhida alcançou 93% dos cultivos, restando 3% próximos ao ponto de corte, e 4% em enchimento de grãos. A elaboração de silagem foi praticamente finalizada nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Erechim, Passo Fundo e Porto Alegre. A operação se aproxima de 80% das áreas nas de Pelotas e Santa Rosa.
Feijão 1ª safra – A colheita está encerrada. A estimativa final de produtividade é de 1.576 kg/ha, o que representa um decréscimo de 7,36% em relação à inicial.
Feijão 2ª safra – O índice de colheita permaneceu em 30%, pois a operação foi prejudicada pela recorrência de chuvas.
Arroz – As constantes chuvas também impediram as atividades de colheita e adiaram a sua finalização. Resta 2% a ser colhido, mas a operação deverá ser retomada nos próximos dias, pois os prognósticos climáticos sinalizam período de tempo seco na sequência.
Frutícolas
Noz-pecã – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim prossegue a colheita, e pomares novos entram em produção. A expectativa de aumento de produção ainda é 30% superior em relação à safra anterior, com boa qualidade do fruto.
Na de Santa Maria, em Cachoeira do Sul, na última semana, não houve continuidade da colheita de noz-pecã, em decorrência do tempo chuvoso. Segue confirmada a boa média de produtividade das áreas irrigadas (1.750 kg/ha).
Na de Soledade, a cultura segue em período de colheita. Continua confirmada a redução no rendimento de amêndoas em mais de 50% devido ao déficit hídrico no período de formação (dezembro a março), que ocasionou diminuição do tamanho e grande percentual de falhas. As chuvas foram prejudiciais para a colheita. Prossegue o período de realização de parte da adubação.
Fonte: Emater/RS-Ascar
Foto: Flickr