11 de dezembro de 2024
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Moagem de cana na 1ª quinzena de agosto retrai 13,7% em relação à safra 2021/2022

SETOR SUCROENERGÉTICO

Redução da moagem deve-se às condições climáticas adversas

A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de agosto na região Centro-Sul atingiu 38,62 milhões de toneladas, registrando retração de 13,73% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando foram processadas 44,76 milhões de toneladas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 322,07 milhões de toneladas ante 350,22 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 8,04%.  

O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, afirma que a redução da moagem registrada na quinzena decorre de condições climáticas adversas, que afetaram a operacionalização da colheita principalmente nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e em São Paulo. “A moagem segue 28 milhões de toneladas atrasada em relação ao último ciclo agrícola. Esse resultado é influenciado, entre outros fatores, pelo início tardio de operação da indústria, e que, apesar do incremento de 2,5% no rendimento agrícola acumulado de abril a julho da safra 2022/2023 ante o mesmo período da safra 2021/2022, a quantidade de matéria-prima a ser colhida de setembro em diante irá depender do período das chuvas nas regiões canavieiras”, diz ele.

Até o dia 16 de agosto, 256 unidades estavam em operação no Centro-Sul, sendo 245 unidades que processam cana-de-açúcar, sete plantas dedicadas à produção de etanol de milho e outras quatro unidades que fabricam etanol de milho e cana-de-açúcar conjuntamente.

A qualidade da matéria-prima colhida nos primeiros 15 dias de agosto, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou aumento de 1,80% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 152,50 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, a queda é de 2,00% com o indicador marcando 135,75 kg de ATR por tonelada.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar nos primeiros 15 dias de agosto totalizou 2,63 milhões de toneladas (-12,06%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 18,62 milhões de toneladas, frente às 21,36 milhões de toneladas do ciclo anterior (-12,83%).

Na primeira metade de agosto, dois bilhões de litros (-10,17%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,14 bilhão de litros (-11,91%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 850,57 milhões de litros (-7,72%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 15,67 bilhões de litros (-4,80%), dos quais 9,65 bilhões consistem em etanol hidratado (-5,89%) e 6,02 bilhões em anidro (-3,02%).

Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na primeira quinzena de agosto registrou 165,67 milhões de litros, contra 135,47 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 22,30%. No acumulado desde o início da safra, a produção atingiu 1,49 bilhão de litros – avanço de 28,72% na comparação com igual período do ano passado.

O executivo da Unica comenta que “a menor disponibilidade de matéria-prima na quinzena restringiu a disponibilidade de cana-de-açúcar para fabricação de açúcar e etanol. A despeito da produção de etanol, a oferta foi complementada pela contribuição dos produtores de etanol de milho, reduzindo a retração na produção do biocombustível”.

Vendas de etanol

Na primeira quinzena de agosto, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,20 bilhão de litros de etanol, o que representa uma retração de 2,82% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 645,38 milhões de litros, com uma queda de 6,32% em relação ao ciclo anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 493,29 milhões de litros na quinzena, crescimento de 15,68% em relação ao mesmo período da última safra. No acumulado da safra, foram comercializados 6,15 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-6,79%) e 3,85 bilhões de litros de etanol anidro (+3,27%).

Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 10,72 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 2,38% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 6,39 bilhões de litros (-8,53%); já as de anidro, 4,33 bilhões de litros (+8,35%).

Mercado de CBios

Dados da B3 mostram que, até o dia 19 de agosto, 1,36 milhão de CBios foi emitido no mês corrente. Em relação ao volume negociado e posse de créditos, até a data mencionada, a parte obrigada do programa RenovaBio já adquiriu cerca de 25,78 milhões de créditos de descarbonização [1]. Esse volume representa 70% da meta de aquisição total para o ano corrente.

Fonte: Única
Foto: Pixabay